Com dívida de 1 bilhão no BNDES, EAS suspende operações

Para manter uma grande empresa em funcionamento, é necessário dispor de uma gestão financeira impecável. Na ausência dessa organização, com certeza o desfecho não será muito agradável para os executivos do empreendimento. Além desses, os funcionários também acabam ficando sem seus empregos.

Isso foi o que aconteceu no Estaleiro Atlântico Sul, na cidade de Ipojuca em Pernambuco. Sem uma data para retorno, o EAS teve suas atividades suspensas nesta semana. A principal causa da determinação é uma dívida que o empreendimento acumulou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDS.

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EAS
Foto: (reprodução/internet)

Para entender melhor o que aconteceu em Pernambuco e os impactos no corpo de funcionários, continue a leitura deste artigo.

A queda no efetivo da EAS

O EAS, sigla pela qual ficou conhecido o estaleiro, foi uma das últimas tentativas que a indústria naval brasileira teve para sua retomada. No entanto, já tem alguns anos que o Complexo Industrial Portuário de Suape não vai muito bem. A ausência de novas encomendas no setor está colocando na guilhotina muitos empreendimentos.

Neste ano, foi possível ver o quadro de empregados dos estaleiros ir reduzindo pouco a pouco, além do EAS. Porém, a última notícia sobre o setor é a mais violenta dos últimos meses. Afinal, a quantidade de funcionários restantes no EAS será bem menor do que os menos de 150 que ainda restaram. Com a decisão, devem continuar apenas 30 colaboradores.

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A gravidade desta realidade fica ainda mais evidente quando olhamos o ano de 2014. Na época, o estaleiro contava com cerca de 6 mil funcionários, todos diretos. Fora eles, existiam ainda os terceirizados que chegaram na faixa dos 3 mil. A diminuição começou em 2015, quando o estaleiro passou a contar com 3,6 mil empregados.

Mas, foi justamente nesta redução que as dores de cabeça do estaleiro começaram a acontecer. É fato que as dívidas, por um tempo, puderam ser controladas. No entanto, a quantidade de demissões levou ao aumento no volume das rescisões que o EAS teve que pagar.

Dívida é bilionária

Ainda neste ano, chegou a ser noticiado que o estaleiro havia conseguido reduzir sua dívida em 33%. Porém, somando os valores à baixa da demanda recebida, o problema virou uma bola de neve. Bruno Lindoso de Melo, que é sócio da auditoria Equity, comentou:

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“A situação do estaleiro melhorou no aspecto financeiro. A dívida diminuiu e houve geração de caixa. O que teve alta foram os gastos trabalhistas, aumentam por conta das rescisões.“

Apesar de todo este contexto negativo para o EAS, os grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão continuam tentando reverter a situação para garantir algo para o futuro do estaleiro. A dívida com o BNDES, que é o principal credor do estaleiro, já bate 1 bilhão de reais.

A sobrevida do empreendimento ainda continua por um tempo, com os 160 milhões de reais que restaram em caixa. No próximo dia 10, será paga uma parcela de R$ 20 milhões para o Banco Nacional. Porém, mesmo com essa boa quantia guardada, a maior complicação está na ausência de novas receitas, devido à sua paralisação desde o fim de junho.

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