Desemprego no interior é menor, mas informalidade é grande

Negar o desemprego no Brasil é uma tarefa quase impossível. Apesar das muitas oportunidades que surgem todos os dias, a quantidade de brasileiros desocupados ainda é grande.

Diante disso, recentemente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística realizou pesquisa que aponta dados muito interessantes sobre os empregos. A informalidade no ambiente de trabalho é uma das questões abordadas.

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Foto: reprodução/Internet

De acordo com o levantamento feito pelo IBGE, o número de oportunidades de emprego no interior do país é maior do que parece. Nas regiões metropolitanas de 18 estados é mais fácil estar inserido numa realidade de desemprego do que nos interiores.

A pesquisa

Para realizar a análise, foram considerados os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (a PNAD contínua). Na pesquisa, o interior dos estados foi definido como toda a parte territorial que fosse diferente da capital e da região metropolitana.

Então, foi feito o comparativo entre as taxas de desocupação no Brasil. Na comparação, apenas 10 cidades de regiões interioranas registraram um índice de desemprego maior que a média nacional. Atualmente, o índice de desemprego é cerca de 12,7%.

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No entanto, os números não indicam que seja melhor trabalhar fora das capitais e dos grandes centros urbanos. Na verdade, as condições de trabalho nos interiores é bem precária e a pesquisa também possui dados que apontam essa realidade.

Informalidade dos empregos é grande

O trabalho registrado no interior, na maioria das vezes, é do tipo informal. Falando de forma percentual para ser mais exato, o índice de informalidade alcança 62,4% dos trabalhadores no interior dos estados. Isso implica em um número bem alto de empregados, chegando a quase 20,8 milhões de pessoas que não possuem uma carteira assinada.

A ausência do registro formal representa uma série de outros problemas. Entre eles está a não contribuição para a previdência, sem períodos de férias para descanso e também salários abaixo da média.

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Apesar de essa informalidade ser maior nos interiores do que nos grandes centros, os estados de São Paulo e Santa Catarina apresentam contextos diferentes. Tratando proporcionalmente a quantidade da população com o número de empregos informais, esses estados possuem um índice muito alto trabalhadores em condições desfavoráveis.

Um outro dado assustador para essa realidade é que 13 estados brasileiros possuem metade dos empregados inseridos nessas más condições de trabalho. Esses estados, porém, estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste. O Amazonas é o que registra o maior percentual de informalidade, em 71,7%. Em contrapartida, Santa Catarina possui o menor índice, com apenas 19,4% de empregados informais.

IBGE explica as más condições

A respeito dessa grande quantidade de empregados inseridos em condições desfavoráveis de trabalho, Cimar Azeredo explica algumas causas. Em entrevista, o diretor-adjunto de pesquisas do IBGE disse:

“Em função principalmente da crise econômica iniciada em 2014/2015, o Brasil perdeu cerca de quatro milhões de empregos com carteira de trabalho assinada em cinco anos. O efeito colateral disso foi o aumento expressivo da informalidade em todas as regiões do país.”

E continuou:

“No interior, onde tradicionalmente as relações de trabalho informais são mais acentuadas, o aumento também foi significativo. Mapear, conhecer as especificidades e caracterizar a informalidade é fundamental para que políticas eficazes de geração de emprego, trabalho e renda possam ser propostas e executadas à luz da heterogeneidade do mercado de trabalho.”

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