Ford realizará a demissão de 760 funcionários

No início deste ano, a montadora de veículos Ford havia anunciado a previsão de fazer o encerramento de algumas atividades na América do Sul ainda em 2019. A próxima fábrica a fechar seria a de São Bernardo do Campo e as vendas de caminhões iriam parar.

Nesta semana, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC já sinalizou que 750 trabalhadores serão demitidos até o fim do mês de julho. No entanto, a produção dos caminhões continuará até outubro até encerrar totalmente.

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Foto: (reprodução/internet)

O processo de fechamento da fábrica

Na Ford de São Bernardo, aconteceu uma reunião na última terça-feira (15). O encontro no ABC paulista serviu para definir qual deve ser o posicionamento dos funcionários a partir de agora. Muitos dos trabalhadores que estavam envolvidos nas operações da fábrica já começaram a deixar a montadora. A maioria, optou por ser atendido pelo pacote de benefícios proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

Esse pacote garante o pagamento adicional de dois salários por ano em atividade na fábrica. Porém, aqueles que decidiram sair antecipadamente, não terão direito aos benefícios. No total, a Ford passa a ter menos 712 horistas e 50 mensalistas, da área administrativa. Os horistas, por sua vez, estavam diretamente ligados à produção dos veículos.

Em junho, houve o encerramento da produção do New Fiesta. Já com a paralisação deste setor da empresa, cerca de 760 empregados foram atingidos e estarão de saída agora em julho. A atividade restante da fábrica é a produção dos caminhões. No entanto, essa produção irá continuar apenas até o final de outubro e diminuirá o efetivo de horistas para 590.

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Sobre a venda da fábrica, as negociações continuam em andamento, porém, sem demais novidades. Existe a expectativa de que muito em breve um comprador seja anunciado: o grupo Caoa. Apesar de o sindicato não ser participante da negociação, a associação faz a cobrança de uma condição. A exigência é que mediante a venda da fábrica, os antigos funcionários da Ford tenham prioridade no processo seletivo.

Na assembleia realizada hoje, o presidente do Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento - TID deu uma informação a respeito da produção restante da fábrica. Marques, que também é ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, informou que nesta semana ainda serão produzidos 310 caminhões. Até o mês que serão encerradas as produções, outras 750 unidades ainda serão fabricadas. No entanto, em agosto haverá uma pausa devido à falta de peças necessárias para a produção.

Ford não montou plano satisfatório

Desde fevereiro a Ford já havia anunciado que o fim do funcionamento da fábrica em São Bernardo estava próximo. Alguns representantes dos metalúrgicos tentaram reverter a situação e viajaram até os Estados Unidos para conversar com os diretores da marca. No entanto, não teve jeito, a posição foi mantida.

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O governo municipal da cidade do interior paulista não escondeu a irritação sobre as 760 demissões geradas. Para a prefeitura, a Ford tratou o município com “desprezo”. Afinal, para evitar o transtorno com o desemprego, foi elaborada uma audiência no Ministério Público do Trabalho, mas sem sucesso. Mesmo assim, a Ford não montou um plano satisfatório para o desligamento desses funcionários.

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